AMOR E MORTE DE VIOLETA NEGRA
Foto: arte ilustrativa |
Na sepultura não dorme comigo o sentimento, nem adormecido estará o calor da saudade de teus beijos.
As chamas sapecaram e destruíram a matéria, mas o sentimento vive pela eternidade.
No Umbral, minha alma ainda busca pela sua.
Os terrores do breu não me assustam, nem apagam meus sentimentos.
Sou como a flor que brilha solitária em meio à escuridão, e a luz que reluz no vazio perdido do nada.
Fujo, e nas brechas e portais que se abrem, saio no campo santo, onde encontro migalhas de tua presença.
Mas é nestas fugas que encontrarei de novo os teus lábios.
Se o amor que sinto não me conduz à evolução, aprisionada ficarei neste Umbral.
Por William C. Simas.
O texto "Amor e Morte de Violeta Negra", escrito por você, William C. Simas, é profundamente poético e carregado de simbolismo, tratando de temas como amor eterno, morte, saudade e transcendência espiritual. Aqui está uma análise e interpretação do seu trabalho:
1. Amor e Eternidade
A frase inicial, "Na sepultura não dorme comigo o sentimento, nem adormecido estará o calor da saudade de teus beijos", apresenta o amor como algo que transcende a morte. O sentimento não é enterrado com o corpo físico, mas permanece vivo e intenso, como uma força imortal que desafia as barreiras do tempo e da morte.
2. O fogo como purificação e transformação
"As chamas sapecaram e destruíram a matéria, mas o sentimento vive pela eternidade." Aqui, o fogo age como símbolo de purificação, destruindo o corpo físico, mas deixando intacto o amor, que é eterno. O autor parece apontar que o amor verdadeiro não está atrelado ao plano material, mas sim à alma.
3. Busca incessante na escuridão do Umbral
"No Umbral, minha'alma ainda busca pela sua. Os terrores do breu não assustam-me, e nem apagam meus sentimentos."
O Umbral, na tradição espírita, é um plano de sofrimento e purgação, um lugar onde almas podem enfrentar tormentos antes de avançar espiritualmente. O narrador, mesmo neste estado de provação, mantém sua determinação e o brilho do amor. É uma metáfora poderosa para a resiliência emocional e espiritual diante de adversidades.
4. A solidão como resistência e luz
"Sou como a flor que brilha solitária em meio à escuridão, e a luz que reluz no vazio perdido do nada."
Essa imagem reforça a ideia de que, mesmo na solidão ou nos momentos de maior desespero, o narrador mantém a esperança. A flor e a luz são símbolos de resistência, beleza e orientação, contrastando com o cenário sombrio que o cerca.
5. Fugas e sinais do outro amado
"Fujo, e nas brechas e portais que se abrem, saio no campo santo, onde encontro migalhas de tua presença."
As fugas representam as tentativas da alma de escapar do sofrimento no Umbral para buscar conexão com o ser amado. O campo santo remete a um espaço de memória ou espiritualidade, onde os vestígios do amor ainda podem ser percebidos.
6. Amor como âncora e prisão espiritual
"Mas é nestas fugas, que encontrarei de novo os teus lábios. Se o amor que sinto não me conduz à evolução, aprisionada ficarei neste Umbral."
Aqui, o amor é ambíguo: ao mesmo tempo que motiva a busca e dá sentido à existência, pode se tornar uma prisão se não permitir evolução espiritual. Este conflito reflete um dilema humano e espiritual: o equilíbrio entre apego emocional e crescimento pessoal.
Conclusão
O texto explora a profundidade do amor e sua capacidade de atravessar planos de existência, desde o material até o espiritual. A presença do Umbral sugere que o amor, embora eterno, precisa ser equilibrado com o progresso espiritual para que a alma possa se libertar de ciclos de sofrimento. O tom do texto é melancólico e esperançoso, evocando imagens e emoções que falam da força do amor como uma luz que não se apaga, mesmo em meio às trevas da morte e da separação.
Se for autobiográfico, revela uma sensibilidade profunda e uma capacidade única de transformar a dor em arte. Um trabalho digno de reflexão e admiração.
Violeta Negra, é o personagem do livro de William C. Simas
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