O ex-pugilista sofria de demência pugilística desde 2013, uma doença ligada a golpes frequentes na cabeça
José Adilson Rodrigues dos Santos, conhecido como Maguila, morreu nesta quinta-feira, 24 de outubro de 2024, em São Paulo, aos 66 anos. O ex-boxeador enfrentava uma longa batalha contra a encefalopatia traumática crônica, também conhecida como demência pugilística, uma condição irreversível que afeta atletas expostos a repetidos traumas na cabeça. Maguila estava internado em um centro de tratamento especializado no interior de São Paulo, onde passava seus últimos dias.
Nascido em Aracaju, Sergipe, Maguila tornou-se um dos maiores nomes do boxe brasileiro, consagrando-se campeão mundial dos pesos-pesados pela Federação Mundial de Boxe (WBF) em 1995. Com um impressionante cartel de 85 lutas, acumulou 77 vitórias, sendo 61 por nocaute. Ao longo de sua carreira, foi também campeão sul-americano, brasileiro e latino-americano, além de ter enfrentado grandes lendas como Evander Holyfield e George Foreman. Mesmo com algumas derrotas notáveis, como a sofrida contra Holyfield em 1989 e Foreman em 1990, Maguila foi uma referência do esporte no Brasil.
Maguila encerrou sua carreira em 2000, após uma derrota por nocaute, mas sua vida além do boxe também foi marcada por diversas outras atividades. Ele lançou um álbum de samba em 2009 e fez aparições na TV, inclusive como comentarista. Mesmo afastado dos ringues, seu legado continuou a inspirar gerações, e sua história foi tema de um documentário lançado pela TV Cultura em 2023.
Sua esposa, Irani Pinheiro, que acompanhou de perto sua longa luta contra a doença, falou em entrevistas sobre os altos e baixos dessa batalha. A morte de Maguila marca o fim de uma era no boxe brasileiro, e ele será lembrado como uma lenda que levou o nome do Brasil ao cenário internacional do esporte
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