Luiz Paulo Alves Vieira Filho, vai responder pelos crimes.
Foto: reprodução / arquivo pessoal. Sem chance de defesa, Julia, de 15 anos, teve a vida brutalmente interrompida. |
A violência contra a mulher no Brasil é um reflexo de uma cultura patriarcal enraizada que perpetua abusos e tragédias. Este tipo de violência não só afeta mulheres adultas, mas também meninas e adolescentes, como evidenciado por um crime hediondo ocorrido recentemente em Piraí, no estado do Rio de Janeiro.
Na última segunda-feira (20), a Polícia Civil de Piraí prendeu Luiz Paulo Alves Vieira Filho, suspeito do assassinato de sua enteada, Júlia Hemanuelly de Faria, de apenas 15 anos. Júlia estava desaparecida desde o dia 13, quando sua mãe foi à 94ª DP para reportar o desaparecimento da filha. Segundo o depoimento da mãe, Júlia tinha o costume diário de sair de casa às 6h50 para ir à escola e retornar por volta das 13h. A última vez que a mãe viu Júlia foi na manhã do dia 13, quando lhe deu um beijo antes de sair para trabalhar.
As investigações preliminares apontaram Luiz Paulo como o principal suspeito. Embora ele negue qualquer envolvimento, imagens de câmeras de segurança mostram que Júlia não saiu de casa naquele dia. Além disso, as filmagens revelaram que Luiz Paulo retornou à residência logo após ter saído para trabalhar, entrou na garagem de marcha ré – um comportamento incomum – e saiu novamente após 30 minutos. Testemunhas relataram à polícia que viram Luiz Paulo carregando um grande volume enrolado em um lençol no banco traseiro de seu carro.
Exames periciais no veículo e na residência revelaram a presença de sangue em um sofá e no carpete do carro, cujas amostras foram enviadas para exame de DNA. Com base nas evidências, foi decretada a prisão temporária de Luiz Paulo, que foi cumprida pela equipe da 94ª DP.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou Luiz Paulo por feminicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver. Segundo a Promotoria de Justiça de Piraí, o crime ocorreu em fevereiro de 2023. Luiz Paulo esganou Júlia após levar a esposa ao trabalho, supostamente porque a adolescente era contra o relacionamento dele com a mãe. Ele embrulhou o corpo da enteada em um lençol, colocou-o no carro e o desovou em uma área de mata em Quatis. Utilizando o celular de Júlia, Luiz Paulo ainda enviou mensagens para a esposa fingindo ser a menina, alegando que havia ido para o Rio de Janeiro.
A denúncia destaca a crueldade do crime, afirmando que foi cometido de maneira que impossibilitou a defesa da vítima. "O crime ainda foi cometido de modo que tornou impossível a defesa da vítima, eis que foi cometido pelo padrasto da vítima, uma menina de 15 anos, homem de estrutura avantajada contra uma jovem adolescente sem qualquer chance. Por fim, o crime foi cometido por feminicídio, eis que praticado contra a mulher, no seio familiar, em razão do próprio sexo dela", diz a denúncia.
A brutalidade do assassinato chocou toda a Região Sul Fluminense. O promotor de Justiça Marcelo Airoso ressaltou a frieza do assassino, que se passou pela menina através de mensagens, tranquilizando a mãe enquanto ocultava o corpo. A autoria foi descoberta quando Luiz Paulo indicou o local onde havia deixado a ossada de Júlia. "Se ele não dissesse onde estava a ossada, dificilmente alguém ia achar porque, conforme ele mesmo falou, só tinha osso. Uma vez achada a ossada, depois feito o exame da arcada dentária, verificou-se que era mesmo da menina", explicou Airoso.
Este caso destaca a urgência de enfrentar a violência contra a mulher em todas as suas formas e de promover uma cultura de respeito e igualdade. O site SpingRV expressa profundo pesar pela tragédia que vitimou Júlia Hemanuelly de Faria, uma jovem com um futuro interrompido brutalmente.
SpingRV Noticias: Niterói, São Gonçalo, Rio de Janeiro
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