Luis Gama foi transportado como escravo no navio Saraiva até à cidade do Rio de Janeiro, ficando com o comerciante Vieira, estabelecido na esquina da Rua da Candelária com a Rua do Sabão. Ainda em 1840 foi vendido para o alferes Antônio Pereira Cardoso num lote de mais de cem escravos, sendo todos trazidos para a então Província de São Paulo pelo Porto de Santos.
De Santos até à cidade de Campinas a viagem foi realizada a pé. Em Campinas ninguém o comprou por ser baiano. Os escravos baianos tinham fama de revoltosos, negros fujões. Voltou para a cidade de São Paulo e, já que o alferes não o vendeu, foi seu escravo na sua residência, onde aprendeu os ofícios de copeiro, sapateiro, lavar, passar e engomar, todos os ofícios do escravo doméstico.Na casa do próprio senhor dele, aprendeu a ler e escrever e estudou os livros de direito da biblioteca dele, tornando-se um conhecedor do saber jurídico de forma autodidata e com ajuda de um estudante de Direito amigo de seu senhor, que o ajudou na alfabetização e na forma de se estudar as ciências jurídicas. Como na época não era necessário ter formação em direito e nem tinha OAB para proibi-lo de advogar, Luis Gama tornou-se um rábula (advogado sem formação) e seu primeiro teste na profissão foi processar o próprio senhor e conquistar sua liberdade, provando que não poderia ser escravo por ser filho de pai branco e nascido livre. Depois isso, tornou-se passou a advogar em prol de negros sendo ilegalmente mantidos escravos, conquistando a emancipação de centenas deles ao longo de 3 décadas como rábula. Foi um dos maiores abolicionistas do Brasil.
É nome de rua no bairro do Bonfim, em Campinas.
Fonte: Página no Facebook "Proibido estacionar na vida"
Foto: Arquivo Nacional |
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