67 TEM TODA HORA? MORADORES DA ENGENHOCA ACUSAM EMPRESA BRASÍLIA DE PRIVILEGIAR ÚNICA LINHA DE TENENTE JARDIM, MORRO DO CASTRO E COVA DA ONÇA
Moradores de Tenente Jardim vivem sob o monopólio da Brasília há quase 70 anos, com uma única linha de ônibus.
Até a década de 90, quando o senhor Fernando ainda era dono da empresa Brasília, era comum ver muitos ônibus fazendo as linhas 61 e 41. Na época, a linha municipal 67 não existia, mas sim a linha intermunicipal 457, que cobrava tarifa de passagem intermunicipal, apesar de rodar somente dentro de Niterói.
Com a morte do senhor Fernando, a empresa Brasília foi vendida para o consórcio de Niterói, que corrigiu essa falha, extinguindo a linha 457 e substituindo-a pela linha 67, que passou a fazer o antigo trajeto da 457.
Desde então, os bairros de Tenente Jardim, Morro do Castro e Cova da Onça viram suas populações praticamente triplicarem. Mesmo assim, a Brasília sempre fez de tudo para manter sua hegemonia nessas comunidades, impedindo que outras linhas fossem operadas por outras empresas.
A única providência tomada pela empresa foi aumentar o número de veículos na frota. Durante a semana, circulam de 10 a 14 ônibus, e aos finais de semana, o intervalo entre os ônibus da linha 67 pode chegar a 30 minutos, com apenas 4 veículos em operação.
No entanto, sempre que sai uma matéria sobre a demora da linha 67, moradores da Engenhoca se manifestam dizendo que a linha 67 tem ônibus saindo a todo momento. Porém, como já mencionado, a 67 é a única linha que circula no Tenente Jardim, no Morro do Castro e na parte do Baldeador conhecida como Cova da Onça. Nos horários de pico, esse número de ônibus não atende adequadamente às necessidades dessas comunidades.
Foto: Wikimapia - Durante décadas, moradores pagaram passagens de ônibus intermunicipal, rondando 95% do trajeto dentro de Niterói. |
Já os moradores da Engenhoca realmente contam com um número menor de ônibus da Brasília, mas, dependendo de onde pegam ou descem, podem fazer baldeações e utilizar outras linhas, algo impossível para quem mora no Morro do Castro ou Tenente Jardim.
Porém, são os próprios moradores da Engenhoca que começaram a fazer essas comparações. É notório que tanto os usuários da linha 67 quanto os moradores da Engenhoca enfrentam deficiências no transporte. Entretanto, o que a população da Engenhoca precisa fazer é parar de comparar o número de ônibus e acionar as lideranças comunitárias de seu bairro para contestar e reivindicar mais veículos nas linhas que servem a Engenhoca.
Reclamar da linha 67 não resolverá o problema dos moradores da Engenhoca.
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