DESASTRES COM DEZENAS DE MORTES TORNARAM A LINHA 549 DA VIAÇÃO SANTA IZABEL, A LINHA MAIS TEMIDA E PERIGOSA DO BRASIL
Foto: Ilustração / Google Maps |
A lendária história da Viação Santa Izabel já foi contada algumas vezes aqui no site da SpingRV. No entanto, a geração mais jovem pode não ter uma compreensão exata de por que a linha 549 da extinta Viação Santa Izabel foi considerada uma das mais perigosas do Brasil na época em que ainda estava em circulação.
Para compreender a história desta linha, é crucial, antes de tudo, saber que não se trata de uma brincadeira ou invenção. A linha 549 ceifou dezenas de vidas nas décadas de 70 e 80, tanto na descida da Caixa d'água, no Fonseca, quanto na temida curva da horta na rodovia Amaral Peixoto.
É importante ter em mente que, naquela época, não existia internet, e até mesmo fazer uma ligação telefônica era complicado. Poucas casas tinham telefone. Assim, quando ocorria uma tragédia na estrada, a informação não alcançava as pessoas.
Atualmente, diante de qualquer acidente, as pessoas ficam sabendo em questão de minutos por meio do WhatsApp. No entanto, quando um ônibus da Santa Izabel despencava barranco abaixo com dezenas de passageiros, ou quando um motorista perdia o controle e colidia com outros carros na contramão da rodovia Amaral Peixoto, apenas as pessoas próximas ao local, policiais, bombeiros ou radioamadores da época ficavam sabendo.
É relevante destacar que, na década de 70 e início da década de 80, a rodovia Amaral Peixoto não possuía muretas de divisão, o que tornava os acidentes muito frequentes.
Outro ponto desconhecido para muitas pessoas é que, nessa época, muitos motoristas não eram habilitados. Eles esperavam na porta da empresa por uma oportunidade de substituir um motorista ou cobrador ausente. Assim, quando havia escassez de motoristas, qualquer funcionário disponível era chamado para assumir a função, sem verificar se possuía habilitação.
O trajeto da linha 549 era extenso, indo desde Ipiiba até o centro de Niterói. Os despachantes solicitavam aos motoristas que percorressem o trajeto com o pé no acelerador.
Essa combinação de falta de habilitação, pressa e condições precárias gerava as tragédias mais horrendas na curva da Horta e na descida da Caixa D'água no Fonseca.
COMO AS PESSOAS FICAVAM SABENDO DE UM GRAVE ACIDENTE
Geralmente, quando o desastre ocorria após o Baldeador, o tráfego de carros era desviado para a estrada Bento Pestana, e os veículos desciam pelo bairro de Tenente Jardim para chegar à ponte Rio-Niterói ou ao centro de Niterói.
Assim, quando os moradores viam ônibus de outras empresas cortando caminho pelo Morro do Castro e Tenente Jardim, já sabiam que havia um acidente na rodovia Amaral Peixoto.
É importante salientar que os maiores desastres nessa época envolviam frequentemente a temida linha "DIABO VERDE" da Viação Santa Izabel. Era comum ver motoristas sem habilitação, com camisas abertas, calças dobradas até o joelho, e algumas mulheres sentadas no capô namorando o motorista. Um beijo rápido a toda velocidade às vezes resultava em tragédia na Rodovia Amaral Peixoto.
Quem viveu nessa época sabe que a lenda é real e verídica! Você é dessa época?
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