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Em meio aos ataques do candidato à Presidência, Ciro Gomes (PDT), ao ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva (PT), um grupo de políticos do PDT — históricos e recentes — assinou um manifesto intitulado como “Trabalhistas pela democracia: o voto necessário”. O documento adota um tom crítico à postura de Ciro e demonstra apoio a Lula na eleição de outubro.
No manifesto, o grupo lamenta que o “ímpar” Ciro Gomes seja “incapaz” de enxergar que votar e apoiar Lula não se trata de “voto útil”, mas de uma “necessidade histórica” de derrotar o atual presidente Jair Bolsonaro nas urnas. O texto ainda pede para os pedetistas “não vacilarem” em apoiar a “única candidatura” capaz de derrotar o bolsonarismo “já no primeiro turno”.“Não se trata de voto útil. É uma necessidade histórica, algo que, mais uma vez, lamentamos. Ver Ciro Gomes, uma figura ímpar para pensar o desenho institucional do país, ser incapaz de enxergar essa quadra da história. Diante disso, convocamos militantes trabalhistas e dissidentes a apoiarem o ex-presidente Lula no primeiro turno”, diz o texto.
Segundo o posicionamento assinado por 17 integrantes e ex-integrantes do PDT, Ciro Gomes mudou a postura após não receber apoio de Lula e do PT nas eleições de 2018. Apesar do pedetista ter ido para Paris após ter ficado em terceiro lugar nas eleições com 12% dos votos, o documento afirma que o partido conseguiu unir “grande maioria” da militância para pedir votos para Fernando Haddad — candidato à Presidência pelo PT naquele ano.
No entanto, em 2022, com a escalada de ataques de Ciro a Lula, “expondo por vezes vocabulário chulo”, parte considerável da militância já admite votar nulo e até mesmo apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Não vamos gerar um desgaste ainda maior com a postura de Ciro, expondo por vezes seu vocabulário chulo nos vídeos e redes sociais. Não é essa a nossa intenção. Porém, cabe lembrar que quem assume o tom 'polarizador' no pior sentido do termo é o pedetista, que agora adota uma postura de ex-companheiro de trincheira”, diz o manifesto.
“O ano é 2022. Aquele Ciro que conseguia se manter numa sintonia fina com o campo progressista já não existe mais. Se em 2018 a grande maioria da militância trabalhista foi às ruas pedir votos para Fernando Haddad, atualmente vemos infelizmente alguns colegas dizerem que irão votar nulo em um eventual segundo turno. Há outros que pensam em apoiar até mesmo Bolsonaro. Mais do que indignação, ver o projeto nacional de desenvolvimento errar na sua composição tática e estratégica é motivo de muita tristeza e decepção”, acrescenta.
O documento também tece elogios a Ciro Gomes por movimentos realizados em 2016 ao defender a ex-presidente Dilma Rousseff do impeachment e que denunciou “conspirações” do ex-presidente Michel Temer — que assumiu a Presidência com a saída de Dilma — e do ex-juiz Sergio Moro.
O manifesto ainda cita que Ciro era um crítico ao que considerava falhas do PT, de Lula e Dilma, mas tecia comentários de forma “saudável e equilibrada” e tinha um posicionamento que “chegava a animar até mesmo alguns militantes petistas”.
*Por: Correio Braziliense
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