O DIABO REALMENTE FOI AO BAILE FUNK EM NITERÓI NA DÉCADA DE 80?
HISTORIAS QUE NOSSOS AVÔS JÁ CONTAVAM
Já era a segunda metade da década de 80 e o Brasil atravessava uma violenta crise financeira. Nessa época, longas filas se formavam para que as pessoas pudessem comprar um único botijão de gás, muitas vezes tendo que passar a noite na fila.
O funk estava em plena ascensão, com raps que diziam: "Esconde a grana, o relógio e o cordão. Cuidado, vai passar o arrastão." E o criolo que dizia: "O que foi que eu fiz!?"
Ainda havia letras engraçadas como: "Sou da Feen, fugi da Funaben, agora sou do bicho e não dou mole pra ninguém."
A democracia no Brasil ainda estava engatinhando e havia muitas dúvidas em relação ao futuro do país. Em meio a um caos econômico, os cariocas viam cada vez mais pessoas procurando os bailes funks para se divertirem e se distraírem.
Os bailes de comunidade existiam, mas na maioria das vezes eram realizados dentro de clubes nos bairros da periferia.
As equipes de som, como Furacão 2000, Jetbrack, Wonuai, Som Gramplix, A Bruxa, Pipos, A Coisa, entre outras, eram as mais conhecidas da época.
As equipes de som também tocavam músicas internacionais e havia grupos conhecidos como os Bondes do Passinho, que frequentava os bailes para mostrar sua criatividade.
Mas onde entra a história do Diabo no baile em Niterói nisso tudo?
Bom, em Niterói, no local que hoje conhecemos como Caminho Niemeyer, foram realizados muitos bailes funks. Na época, o local era conhecido como Vila Olímpica.
A rua que dá acesso ao Caminho Niemeyer hoje é deserta, mas acreditem, na década de 80, era ainda mais deserta, e nossos avós diziam que quem ia para lá à noite estava arriscando.
Mas os bailes aconteciam na Vila Olímpica e nos clubes espalhados pela cidade.
Vez ou outra, surgia sempre alguém que não sabia se comportar, querendo dançar ou beijar uma dama à força.
Então, nessa época, surgiu a história de que um homem teria entrado em um baile funk na Vila Olímpica. Muito atraente, teria se interessado por uma jovem e dançado com ela a noite toda. Seu carro havia ficado estacionado na rua Prof. Plínio Leite, em meio à escuridão.
O fusca da PM estava quase sempre estacionado na entrada do baile funk, ali no centro de Niterói, ou então o "Camburão", como era conhecido o carro Veraneio da PM na época.
Quase no fim do baile, o tal homem queria que a jovem o acompanhasse até o carro e ela se negou. Então ele pediu um beijo antes de ir embora, e ela acabou cedendo.
Mas os presentes disseram que ao aproximar sua boca dos lábios da jovem, um fogo saiu de sua boca, descendo labaredas abaixo da garganta da jovem, que caiu ao chão desfalecida.
Houve então uma grande gritaria no meio da multidão, e o tal homem correu pelo meio da multidão em direção à saída, deixando cair o chapéu e revelando na testa pontas que os presentes depois identificaram como chifres.
Demorou um pouco até os policiais perceberem o que estava acontecendo, e quando deram por si, o indivíduo estava correndo em direção ao seu carro.
A 'Patrulhinha' até tentou persegui-lo, mas ele teria desaparecido misteriosamente na escuridão.
Este boato, ou lenda urbana, foi contado e recontado durante muitos anos na cidade de Niterói. Verdade ou mentira, hoje faz parte das histórias que os antigos contam!
E diga-se de passagem... se o Diabo realmente veio a Niterói, e ainda em um baile funk na década de 80, ele deve ter ficado com saudades até hoje, não é mesmo?
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