UM POUCO DA HISTÓRIA DO MAIOR CEMITÉRIO DA CIDADE DE NITERÓI
A capela antiga que se encontra nos fundos do cemitério Maruí, foi construída por dois irmãos que eram donos da Fazenda que estava na Enseada de Maruy. O nome da fazenda era Fazenda São Pedro. Os dois irmãos, Francisco Vitoriano Pereira e José Pereira Correia, deram ordens para que os escravos começassem a construção da capela. Segundo estes irmãos, a igreja mais próxima ficava longe, e o local precisava de uma igreja mais perto. É importante dizer que as igrejas de São Sebastião, no Barreto, a capela de Nossa Senhora da Conceição, no cemitério do Santíssimo, e a capela dentro do cemitério da Confraria, ao lado do maruí, nem se sonhava em construir. Em 1751, a capela foi concluída e o bispo, deu ordem para a primeira missa em 17 de agosto, daquele mesmo ano.
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Foto: Marcelo Tavares |
Em 1851, os registro da cidade de Niterói dizem que a fazenda São Pedro pertencia a Domingos Ferreira Bastos, que a vendeu ao Governo Provincial, em 1853, para construção de um cemitério público. Foram então iniciadas as obras para abertura do cemitério Maruí, só que antes mesmo do fim das obras, uma epidemia de cólera se espalhou pela cidade de Nictheroy, forçando o cemitério Maruí a ser inaugurado mais rápido possível. Assim, no dia 1º de Novembro de 1855 foi realizado o primeiro funeral no cemitério maruí. Conta -se que uma escrava teria sido a primeira a ser sepultada vitima de cólera. Um fato interessante, é que outras cidades do Rio de janeiro estavam sofrendo com a epidemia de cólera. E alguns coveiros voluntários do cemitério maruí não tinha coragem de tocar nos cadáveres estando sóbrios. Conta -se que tiveram a ideia de dizer que caso misturassem limão a cachaça, estariam protegidos de pegar a peste. Sendo assim, o prefeito de Nictheroy, mandava que fosse serviço cachaça com limão para que os coveiros voluntários realizassem os sepultamentos. Outras cidades do Rio de Janeiro, passaram a fazer o mesmo. Nascia assim então a famosa caipirinha. O cemitério maruí tem então 166 anos de existência. Sendo a capela muito mais antiga que o próprio cemitério, a qual foi testemunha de tantos acontecimentos. A última reforma em que passou a capela, foi feita na gestão do prefeito Jorge Roberto Silveira. Essa capela do cemitério Maruí é considerada pelo IPHAN, patrimônio histórico e artístico Nacional. Através do processo n° 163-T, inscrição n°. 248, do Livro Histórico, folha. 42, e inscrição n°.214, do Livro das Belas Artes, Folha.37, em 23/08/1938.
(Pesquisa e texto: William Carlos Simas)
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