Você já ouviu falar em Agepê?
Agepê - reprodução internet |
Podemos declarar com certeza absoluta que Agepê foi um dos maiores sambistas do Brasil. O fato de muitas pessoas não conhecerem essa lenda do samba, talvez seja por causa de sua rápida e curta carreira.
Seu nome de batismo era Antônio Gilson Porfírio, mais conhecido como Agepê. Nascido no Rio de Janeiro, 10 de agosto de 1942.
Agepê passou a sua infância no Morro do Juramento, também no Rio de Janeiro. Foi expulso do exercito porque fugia muitas vezes para namorar. Trabalhou na extinta Telerj do Rio de janeiro como engenheiro de projetos da companhia.
Foi ainda na época em que trabalhava na Telerj que Agepê passou a se interessar pela musica. E em 1975 ele lançou sem primeiro disco compacto com a musica "Moro onde não mora ninguém" que foi um grande sucesso. Até o cantor Wando chegou a regravar essa canção.
Depois de 9 anos sem gravar, Agepê retornou com o estrondoso sucesso "Deixa eu te amar".
A musica se tornou tema da novela "Vereda Tropical" da Rede Globo. Novela escrita por Carlos Lombardi.
O disco "Mistura Brasileira" que continha a canção "Deixa em te amar" ultrapassou a marca de 1 milhão de copias vendidas batendo um recorde no samba nunca antes visto. Foi o primeiro LP de samba a passar essa marca. Vendeu ao todo 1 milhão e meio de copias.
A injusta imprensa brasileira rotulou Agepê de cantor "brega" Mas Agepê destacou-se por um estilo mais romântico, sensual e comercial, em que fez escola.
Não podemos porém ser injustos, pois apenas uma parte da imprensa brasileira, e uns poucos metidos a intelectuais rotularam Agepê como brega. Mas o cantor ganhou o coração do povão.
Agepê também passou a fazer parte da Portela, e chegou a escrever samba enredo para escola.
Eclético, Agepê misturou ritmos. Teve no compositor Canário o mais frequente parceiro. Na sua voz tornaram-se consagradas inúmeras composições da autoria, como Menina dos cabelos longos, Cheiro de primavera, Me leva, Moça criança dentre outras. Também regravou "Cama e Mesa", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, com grande sucesso.
Ainda em 1984, quando Agepê tornou -se o maior fenômeno de vendas de LPs na historia do samba romântico, ele foi capa da revista Veja.
Essa edição de Veja trouxe a manchete com o título "No coração do povo". Nessa matéria, o cantor tenta se definir: “sou mesmo coisa de fenômeno”
Nessa época, os únicos capazes de vender mais LPs que Agepê eram Roberto Carlos, e A Turma do Balão Magico.
Foi Beth Carvalho que disse nesta edição da revista Veja que só gravava musicas de artistas que tinham a cara do povão. Era exatamente essa a cara da carreira de Agepê.
Infelizmente no dia 27 de agosto de 1995, o músico foi internado na Clínica São Bernardo (RJ) por conta de uma Úlcera agravada pela Diabetes . Agepê não sairia mais dali com vida. Logo, no dia seguinte, entrou em coma profundo. Faleceu no dia 30 de Agosto de 1995, aos 53 anos e foi enterrado no Cemitério São Francisco Xavier no Caju (RJ).
Talvez a grande injustiça da impressa ou da mídia brasileira tenha sido não ter dado uma atenção maior ao sambista que por nós da SpingRV foi um dos melhores de todos os tempos.
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